Folha de São Paulo – Cláudia Ramos WItte
Uma audiência pública foi realizada na semana passada para decidir se a Ozonioterapia fará parte dos serviços oferecidos pelo SUS já em 2011. A técnica utiliza oxigênio e ozônio e é considerada pela área médica uma revolução no tratamento de patologias como feridas de difícil cicatrização, queimaduras, hepatites, inflamações ginecológicas, herpes, hérnias de disco, dores crônicas e até colesterol alto. A técnica é muito difundida na Europa. No Brasil, os benefícios do ozônio são estudados pelo Ministério da Saúde. Na semana passada, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) comprovaram a eficácia do ozônio na destruição da superbactéria KPC, causadora da morte de 18 pessoas em Brasília este ano. Agora, trabalham para reduzir a infecção hospitalar. O ozônio é um antiinflamatório poderoso e um antisséptico eficiente capaz de destruir vírus, bactérias e fungos. A utilização da técnica proporciona benefícios para a saúde e, também, diminui os gastos públicos. No caso do diabetes, por exemplo, a Ozonioterapia reduz em até 80% o número de amputações em pacientes que sofrem de pé diabéticos graças à rápida cicatrização e controle de infecções. O pé diabético é uma das mais devastadoras complicações do Diabetes Mellitus. O risco de amputação dos membros inferiores entre a população diabética é 40 vezes maior que na população de modo geral. “Há uma redução de até 25 vezes dos custos no tratamento de feridas crônicas em membros inferiores e gangrenas diabéticas por causa da cicatrização mais rápida, diminuindo o tempo de internação e, conseqüentemente, os gastos”, explica Dra. Emilia Gadelha Serra, diretora da Associação Brasileira de Ozonioterapia. CONTRA AS BACTÉRIAS HOSPITALARES O Brasil foi o primeiro país a comprovar a eficiência do gás ozônio no combate às superbactérias, como a KPC. A descoberta é fruto da pesquisa do médico Glacus de Souza Brito, do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP). Durante um ano, o pesquisador testou o gás e confirmou que bastam cinco minutos de exposição para que o ozônio destrua as paredes da KPC, impedindo a reprodução da superbactéria. “Além de elevar o Brasil a uma posição de destaque no meio científico internacional, o estudo feito no laboratório da USP promove uma economia significativa nos custos de saúde, porque reduz o uso de medicamentos antibióticos, dá maior eficiência aos métodos de assepsia e diminui o tempo de internação de pacientes contaminados pelas bactérias que promovem as infecções hospitalares.”, explica Dr. Glacus de Souza Brito. QUASE UM SÉCULO DE OZÔNIO O uso medicinal do ozônio começou na Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, quando o médico alemão Albert Wolf passou a tratar as feridas dos soldados com o gás. Desde então, o ozônio – obtido da união de um átomo e uma molécula de oxigênio – vem sendo disseminado por vários países.
A OZONIOTERAPIA é uma técnica reconhecida pelos Ministérios da Saúde de países como Alemanha, Suíça, Espanha, Itália, Egito, Cuba, além de outros 15, inclusive, com reembolso médico. Cuba é uma referência nos tratamentos com ozônio e tem 39 Centros Clínicos de Ozonioterapia dentro de seus principais hospitais. Na Rússia, a técnica é utilizada em todos os hospitais Governamentais.
Aproximadamente 50.000 médicos utilizam este método na Europa atualmente. Apesar de o Brasil ter sido pioneiro na comprovação da eficiência do gás ozônio no combate às superbactérias, como a KPC, a Associação Brasileira de Ozonioterapia ainda aguarda a decisão do Ministério da Saúde (MS) sobre o uso do ozônio no SUS.
Na semana passada, foi realizada uma audiência pública para analisar a questão no tratamento de feridas e queimaduras. Para Emília Gadelha Serra, diretora da Associação Brasileira de Ozonioterapia, são inúmeros os argumentos a favor da técnica: “Estima-se um corte de até 30% nos custos do SUS com a introdução do uso do ozônio no tratamento de patologias previstas em protocolos com experiência internacional”, diz a médica.
O tratamento com ozônio pode salvar vidas. O gás é usado na pele ou injetado no corpo do paciente. O equipamento utilizado é barato e o consumo de oxigênio medicinal também é baixo, com gastos mínimos. Isso pode modificar completamente o cenário do controle das bactérias hospitalares de uma maneira simples, barata e acessível a qualquer hospital do país.
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